quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Do Impulso à Repulsa



Do impulso à repulsa,
Do corpo que expulsa
A semente convulsa.

O lençol manchado,
De suor encharcado,
Irrefutável prova.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deserto e Foz




Decerto o deserto do incerto,
Que entre nós surgiu,
Tornou-se foz quando a voz dela,
Tão bela, sorriu.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Prefiro morrer à míngua
Arriscando no diverso
Do que viver minha vida
Recitando o mesmo verso.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Moça na Janela

Moça na janela
Nunca vi coisa mais bela
Será que é a personificação da beleza
Ou a beleza que é personificação dela?

Animando o Inanimado

A prosopopéia dá vida
A quem carece dela.

Animar o inanimado
É chover no seco,
Nunca no molhado.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Humano Demais

Ao ver o corpo que pendia, a corda amarrada ao pescoço quebrado, o forasteiro, que acabara de chegar, perguntou:

- Que crime este homem cometeu?

Um velho que estava ao seu lado, de expressão dura, calmamente respondeu:

- Seu único crime foi ser humano demais.