segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A mão sua,
O coração dispara,
Com a respiração entrecortada,
Enquanto aproxima-te de mim

É agora ou nunca,
Penso comigo,
Será que consigo?
Preciso arriscar

As palavras me fogem
Dos lábios,
Que, entreabertos,
Almejam encontrar os teus

Os olhares se cruzam
E o que a palavra não anuncia
Um discreto sorriso denuncia

Tu segues para a mesa,
Fora de minha visão,
Ainda não foi dessa vez
Amanhã, talvez?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Dos venenos e das palavras

Existe toda sorte de venenos.

De alguns, como a ricina, basta uma pequena dose, para que se sinta seus efeitos e a consequente morte. Já outros, como o chumbo, acumulam-se no organismo, lentamente, e seus efeitos e morte vêm com o tempo.

Assim são as palavras. As palavras podem ser doces, confortantes, encorajadoras ou tóxicas. Essas últimas, tal qual o veneno, possuem potencial para danificar o nosso corpo e mente.

Palavras podem matar. Desde a palavra impensada num momento de fúria, até as palavras meticulosamente escolhidas, envenenam a alma e, pouco a pouco, surtem seus efeitos. Tal qual o chumbo, elas se acumulam e gradativamente afetam nosso corpo e mente.

Nenhum humano esclarecido e em sã consciência ingere substâncias venenosas. Por que, dia após dia, aceitamos que pessoas tóxicas nos causem dano com suas palavras cuja única intenção é nos prejudicar?

Materiais tóxicos devem ser devidamente acondicionados e mantidos em locais seguros. Pessoas tóxicas devem também ser mantidas em um local seguro: fora da nossa vida.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A mão que,
Com força
E insistência,
Segura a outra,
Não faz mais que ferir
Aquela que quer partir

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Às vezes
Me fogem as palavras.
Restam as lembranças
E, do peito,
Brotam e vertem emoções.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Das decisões

A tua certeza
Dilui-se em dúvida,
Quando da minha dependência
Floresce liberdade.