segunda-feira, 25 de abril de 2011

No peito

No peito
Um coração apertado,
Envolto em arame farpado,
Um emaranhado de dor
Embebido em sangue.

A Vida é Tempo




A vida é tempo,
Areia que escorre
Por entre os dedos

terça-feira, 19 de abril de 2011


Você alguma vez já se sentiu oco?

sábado, 26 de março de 2011

日本




Vendo a terra arrasada,
Cidades erradicadas,
Amaterasu chorou por seus filhos,
E sua luz brilhou mais uma vez no horizonte.

E então ergueu-se a bandeira,
Como o sol que nasce todas as manhãs
E todos souberam que,
Não importa quantas vezes caia,
O povo do sol nascente sempre levanta.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Feito!

E mais um semestre se vai. Missão cumprida.
Sinceramente, nesse semestre achei que iria enlouquecer. Nunca a minha rotina foi tão corrida. Dar aulas, ter aulas, corrigir provas, estudar pra provas, fazer relatórios e trabalhos. Achei que não iria conseguir. Mas deu.
Quando a gente se esforça, geralmente as coisas saem como o esperado. O problema é quando não há esforço. Tem gente que não move um dedo e quer que uma montanha saia do lugar. Um exemplo são alguns dos meus alunos. Não estudam, só sabem reclamar. Pensam que a vida é um morango. Aí não dá. Isso me irrita pra caramba.
Mas é assim mesmo. E sempre vai ser.
Não sei bem o que escrever aqui. Acho que estou desaprendendo a escrever. Mas acho que era só isso mesmo que eu queria "dizer".
E que venha o próximo semestre.

quinta-feira, 18 de março de 2010

(Re-)removendo as teias de aranha.

Já faz mais de um ano desde a minha última postagem aqui. E quanta coisa aconteceu nesse meio tempo.
Coisas ruins, coisas boas. Conheci pessoas. Algumas se tornaram amizades. Outras, que aparentemente vieram para o "bem", só me trouxeram o "mal" (coloco estas duas palavras entre aspas porque as considero demasiadamente relativas). Mas como dizem, há males que vem para o bem, portanto, acho que deu pra tirar alguma lição do que aconteceu.
Lembro-me agora de um grafite que havia em um muro (o qual já não existe mais), na avenida Teresópolis, em Porto Alegre, que tinha um rosto de um personagem de anime e os seguintes dizeres: "Seja útil a quem te ama". À primeira vista uma frase nonsense, mas que sempre me chamou atenção e que agora, mais do que nunca, possui significado pra mim. Seja útil a quem te ama. Valorize as pessoas que te amam, que se importam com você.
As pessoas costumam valorizar as pessoas erradas e acabam esquecendo das pessoas que estão ali, sempre prontas a ajudá-las, as pessoas que as amam de verdade. No ano passado eu cometi este erro. E paguei caro. Como a mim mesmo foi dito, "confiança só se perde uma vez". Mas dessa última afirmação eu discordo.
Mas bem, não foi pra ficar relatando erros passados que resolvi ressucitar o blog. Gostaria de falar um pouco sobre a impressão que tive ao ler as postagens mais antigas, lá do ano de 2007.
Olhando o histórico de postagem desse blog, percebi o quanto mudei ao longo desses anos (e olha que nem faz tanto tempo assim). Mas muita coisa mudou nesses 3 anos de blog. Em 2007, quando comecei a escrever neste blog, a Yumi recém atingia o seu primeiro aninho de idade. Hoje ela já está com 4. Na época, eu apenas cursava a faculdade, e achava que a vida era difícil. Hoje sou professor de uma escola técnica em regime de 40 horas e ainda continuo cursando a faculdade. As atribuições aumentaram, as responsabilidades aumentaram. Não há como permanecer inalterado diante disso. Analisando agora, os meus problemas em 2007 parecem até piada perto dos que enfrento atualmente.
E a vida é assim mesmo. A gente vai crescendo, vai evoluindo. O importante é não ficar parado. E eu sinto que preciso evoluir agora.
Sobre o blog, estou pensando seriamente em voltar a postar aqui, mas agora com um foco diferente. Pretendo falar um pouco sobre o que penso e sinto e sobre as coisas que acontecem, mas de forma diferente do que fazia antes, que fazia o blog mais parecer o "cantinho da lamentação e choradeira".
Cheguei até a pensar em apagar os posts antigos, mas no final resolvi mantê-los. What's done, it's done. Não tem porque esconder ou se arrepender.

Pois bem, este post marca a reabertura do meu blog. Acompanhem aqueles que quiserem (e puderem...).
Uma bom final de semana a todos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Há coisas que não se pode explicar. E o que Kazuo sentia ele realmente não sabia descrever.
Por que tinha que doer tanto? Se ele tivesse ido junto com os outros, será que isso tudo teria acontecido? Ele não sabia precisar. Tudo o que ele sabia é que doía, e que a dor era grande. Mas ele não podia continuar ali. Tinha que seguir adiante. Mas... mas ele não queria. O que fazer... o que fazer? Oh Deus, por que tinha que ser tão difícil? Tomou fôlego e se arrastou até uma árvore, coisa rara naquele lugar. Recostou-se a ela com dificuldade e suspirou profundamente. Um alívio temporário. Fixou seu olhar na paisagem a sua frente. Não era nem a sombra do que tinha sido. E ele via, no seu delírio, as crianças correndo, os homens e mulheres pra lá e pra cá, sempre com pressa, sem olhar para os lados, e os mais velhos, caminhando calmamente, sem a pressa dos mais jovens, sorrindo, conversando, saudando a todos.
O céu estava nublado. Iria chover. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Formou-se uma gota em seu queixo. Pesou e caiu, tocando o chão. Caiu a chuva. O céu também chorava. Será que ele também sentia o que Kazuo sentia?
Sentiu o calor do sol tocar seu rosto. A chuva havia passado e, provavelmente, há muito tempo. Pelo jeito ele dormira a noite toda sem perceber. Será que havia desmaiado? O sol iluminava a paisagem. Os pássaros cantavam. Tudo parecia um pouco mais alegre, menos Kazuo. Ele não poderia estar alegre. De forma alguma. Jamais se alegraria sentindo o que sentia.
Tentou se erguer mais uma vez. Era um esforço e tanto no estado em que se encontrava. Depois de muito tentar, ergueu-se, agarrando-se à árvore junto da qual passara a noite. Estava com sede, precisava beber. Arrastou-se novamente com dificuldade até a fonte que por sorte se encontrava próxima dali. Alguns pássaros que ali se refrescavam esvoaçaram ao serem surprendidos pelo corpo do jovem despencando sobre a borda da fonte.
Mal conseguia reconhecer seu rosto no reflexo da água. Era apenas um rascunho do que tinha sido. Bebeu das mãos e enquanto bebia, acordou consigo: deveria ir embora dali. Mas não sem antes vê-la. Precisava vê-la, uma última vez.
Ergueu-se, com a ajuda de um pedaço de madeira que encontrou ali perto e com a ajuda do mesmo, foi deixando o local. Iria vê-la pela última vez, iria se despedir. Pensar nisso doía muito.
Depois de muito tempo, com muita dificuldade, Kazuo chegou ao local onde ela estava. O vento balança os seus cabelos, dificultando a sua visão. Lá estava ela, debaixo da árvore de cerejeira, que despejava suas folhas com o vento. A placa de madeira com seu nome indicava o local, agora coberto pelas folhas rosas da cerejeira.
Kazuo teve lembranças. Lembrou-se do seu olhar, dos seus cabelos ao vento, do seu sorriso tímido e breve. Caiu de joelhos e chorou. Suas lágrimas molharam o chão e as folhas que nele estavam. Ele não conseguiria ir embora dali. Ele jamais conseguiria deixá-la.
Agora ele sabia. Sabia porque doía tanto. Ele sempre soube. Não teve a chance de dizer o que sentia. Não pôde afagar seus cabelos, dizer palavras doces e sentir o sabor do seu beijo. E jamais o faria. Foi então que tomou a decisão: iria encontrá-la. Tomou a faca que trazia consigo junto ao cinto e empurrou-a contra o peito. O sangue saiu, e com ele toda a dor. Escorreu, tocou o chão, tingiu as rosas folhas de vermelho. O corpo, sem vida, tombou para o lado.
Há coisas que não se pode explicar, tampouco entender. O amor é uma delas.